sábado, 7 de abril de 2012

Prólogo - Bichos do Campus

No Campus do Vale vivem vários animais abandonados. Cuidando deles, existem dois grupos: o Bichos do Campus e o Patas Dadas. 

 Os cães tratados por esses grupos são dóceis, simpáticos, calmos, convivem bem com outros animais, não reviram lixo e não latem à toa. Eles seriam companheiros maravilhosos pra qualquer um. Mas foram abandonados.
 Os motivos são inúmeros: pegou sarna e o dono não quis tratar, ficou prenhe e o dono não quis arcar com as despesas, cresceu e o dono não quis porque ficou grande demais... pra não mencionar os que são agredidos.





 O número de animais abandonados continua crescendo. Eles se reproduzem, brigam por comida, contraem e disseminam doenças. Tendo isso em mente é fácil ver que, ainda que em grande parte por amor aos animais, o trabalho desses grupos também é realizado por questões de saúde e bem-estar da população humana do campus: é importante para evitar a superpopulação, pois os cães são castrados; para evitar que eles revirem o lixo das lanchonetes, pois eles são alimentados devidamente e para evitar que transmitam doenças, pois são vacinados e recebem tratamento veterinário.


Chinelentos do Patas Dadas


Na área do Instituto de Biociências (que é onde prefiro ficar) atua o Bichos do Campus. Eu já havia visto o site deles, pensava em adotar um gato quando viesse para cá. Acabou que não ia ser muito legal, teria que deixar o bicho sozinho no apartamento o dia inteiro. Desisti.


Uma hora o Romeu me ama, a outra não quer nem saber. Já o Urso é apático.

  Logo na primeira semana fui socializar com os cães (ou, como diria a Caroline, os chinelentos que só não valem nada nessa vida). Eles são lindos, maravilhosos, carinhosos, engraçados, brincalhões... dia 06/03 fui até QG do Bichos (que na verdade é um puxadinho do galpão dos trabalhadores do prédio que está sendo construído no IB, cheio de caixas, cobertores, ração e baldes d'água) conhecer o projeto.


As meninas do Bichos do Campus


 Simples: já que não posso adotar um, resolvi adotar todos. Conheci a Caroline, que me explicou um pouco sobre o trabalho. No dia seguinte, conheci a Carmen, que me deixou dar bolacha maria para os peludos (eles ADORAM!). Na quinta-feira, conheci a Mara, troquei água dos baldes e acho que desde então sou oficialmente voluntária do Bichos.


 Na semana seguinte, resolvi passar nos apartamentos vizinhos para falar sobre os projetos, vender as rifas do Patas e os calendários do Bichos. Saí de casa achando que nem iam me atender, que iam me olhar com cara feia e que ninguém ia querer ajudar. Passei em apenas seis apartamentos. Voltei pra casa com seis rifas vendidas, quatro encomendas de calendário, quatro sacolas com doações para o brechó do Bichos - e o coração leve.



 Que felicidade indescritível em cuidar daqueles chinelentos, conhecer gente legal e sentir a boa-vontade das pessoas. Que sensação maravilhosa.


E isso foi só o começo.
Site do Bichos do Campus
Site do Patas Dadas

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